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PRODUÇÃO ESCRITA: A NOIVA

Vera era um jovem, bela, de cabelos longos e de sorriso estonteante, mas com o tempo foi se deformando, seu rosto foi ficando coberto de rugas e sua pele ficando toda rachada, andava sempre com o seu rosto coberto de um véu e saia somente durante a noite.
Em uma de suas caminhadas durante a noite fria e obscura, Vera depara-se com Daniel e desse encontro surge o magno sentimento chamado paixão. As noites frias e pacatas da cidade de Biatorino começaram a ficar cheias de vida, o encontro, os olhares, despertavam até mesmo as rosas que não haviam desabrochado. Daniel após reparar as fintadas, os olhares e os gestos de Vera, pediu-á em namoro.
Muito tempo se passara, até o mágico dia de Vera completar seus trinta anos, o seu aniversário seria comemorado com um casamento. Vera estava muito feliz, não via a hora de buscar o seu vertido de noiva, elaborado pela melhor costureira da cidade, com o melhor tecido e a melhor linha, linha esta dourada e com pequenos pedaços de diamante.
Ao chegar na costureira para pegar seu vestido, um senhora de aparênciatriste, com vestes de segunda mão, bordava um longo vestido branco com uma linha tão bela e brilhante que quase não se via o tamanho do tecido. O brilho da linha deixou Vera alucinada pelo vestido, mas a velha senhora foi logo lhe dizendo.
― Você não poderá ter este vestido, por que a dona desse vestido é uma pessoa com o coração puro, tão puro quando a linhas que estou utilizando nesse bordado.
Irritada com a Senhora, Vera diz;
― Eu pago o quanto for necessário pelo vestido. E para falar a verdade quem é a senhora para falar de coração puro, não sem quem deixou você entrar aqui e tocar nessa raridade que está na sua mão. Olhe para você, velha, suja, calos brancos, poucos dentes. Me de logo esse vestido e saia logo daqui.
A senhora, depois de ouvir tudo, pega o vestido e o entrega a Vera.
― Aqui está o vestido, leve-o, é seu. - Vera saiu rindo da costureira.
A hora do casamento era chegada, Daniel estava a espera de sua futura noiva no altar, tocava uma musica suave, as pessoas adentravam-se a igreja, e na porta estava ela Vera, com seu vestido glamouroso, brilhante e longo. Vera entrou ao som da marcha nupcial, tudo parecia um sonho, até que um pota de madeira solta de um banco, agarrasse um ponta da linha de seu vestido. Conforme andava o vestido descosturava, o bordado se desfazia e a elegância acabava.
Quando percebeu o que acontecia já era tarde demais, o vestido que antes foi belo, naquele momento era apenas um vestido trapilho, sem qualquer detalhe. E para surpresa de Vera, ao olhar no altar deparou-se com Senhora Bordadeira. O susto foi consumindo seu coração e convertendo-se em raiva.
― O que a senhora está fazendo em meu casamento. - disse Vera
― Estou aqui como convidada – Respondeu a Senhora.― Quem lhe convidou? – perguntou Vera
― Ninguém, sou a mãe do noivo – disse a Senhora.
Vera estava perplexa, não entendera o havia acontecido, como 
aquela Senhora bordadeira, poderia ser a mãe do seu futuro marido, e como aquilo havia acontecido com ela. No meio do pensamento de Vera a senhora concluiu;
― Somente os de coração puro e que podem usar este vestido, vestido que se chama caráter, botões que chamam-se verdade, lantejoulas que são confiança e trabalho ardo, e a mais importante delas a linha que é a dignidade de ser quem você é e aceitar o que os outros são. Nesta noite você perdeu o caráter, a verdade, a confiança e o amar.―
Vera olha para todos na igreja, olha para saída e corre, enrosca na linha que estava no chão e cai, ao cair percebe o mundo desabar e em suas mãos a linha gasta da vida se despende e some entre os dedos, e desaparece com as lagrimas de sua face. Em cada pedacinho de linha estava um pequeno brilhante em forma de coração. Vera torna-se novamente um mulher sozinha, torna-se um pobre bordadeira de sonhos e esperanças.
(Kenady Morais Oliveira 7ªA)